Porta Fidei – A
Porta da Fé.
Irmãos e Irmãs!
No dia 16 de
outubro de 2011, o Papa Bento XVI anunciou na homilia da Missa com os
participantes da Congregação Plenária do Conselho Pontifício para a Nova
Evangelização o desejo de proclamar um ANO da FÉ, com a finalidade de dar um
renovado impulso à missão de toda a Igreja, na condução dos homens e das
mulheres ao encontro e à amizade com Cristo que dá a vida em plenitude. O mundo
atual passa por uma profunda crise de fé – fé até não mais vivida como um
pressuposto óbvio da vida diária, mas negada – e que tem atingido muitas pessoas com a conseqüente perda do sentido
religioso da vida, o que constitui o maior desafio para a Igreja hoje. O Papa
crê que o Ano da Fé será um “momento de graça e de compromisso para uma
conversão a Deus, cada vez mais completa, para fortalecer a nossa fé n’Ele e
para O anunciar com alegria ao homem do nosso tempo”.
No dia seguinte foi publicado o texto da Carta
Apostólica – PORTA FIDEI, que fora assinada no dia 11 de outubro de 2011, sob a
forma de “Motu Próprio” – iniciativa própria – com a qual era proclamado o Ano
da Fé, com início dia 11 de outubro de 2012, e com encerramento na Solenidade
de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de novembro de 2013. O
cinqüentenário da abertura do Concílio Vaticano II, os vinte anos da publicação
do Catecismo da Igreja Católica, promulgado pelo beato João Paulo II, com o
propósito de “ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé”, obra que foi
fruto do Concílio Vaticano II e do Sínodo extraordinário dos Bispos em 1985
sobre a Catequese, são os eventos motivadores à proclamação do Ano da Fé. Nesta
perspectiva é que se realizará a próxima Assembléia Geral do Sínodo, no mês de
outubro de 2012, em Roma, com o tema: A NOVA EVANGELIZAÇÃÇÃO PARA A TRANSMISSÃO
DA FÉ, ocasião propícia para particular reflexão e redescoberta da fé,
preocupação já manifestada pelo Papa Paulo VI, de venerável memória, em 1967,
na comemoração do décimo nono centenário do supremo testemunho dos Apóstolos
Pedro e Paulo, “para que houvesse, em toda a Igreja, uma autêntica e sincera
profissão da mesma fé, confirmada de maneira individual e coletiva, livre e
consciente, interior e exterior, humilde e franca”. Pensava o Papa que a Igreja
poderia assim retomar a exata consciência de sua fé para a reavivar, purificar,
confirmar, confessar... Retomando o Concílio Vaticano II, e reconhecendo-o como
a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX, Bento XVI recorda, a
partir da Constituição Lumem Gentium – Luz para as Nações, nº 8 – que a Igreja
é “simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação” e que “exercita
continuamente a penitência e a renovação”. É, portanto, a partir desta
proposição que o ano da Fé convida à renovação da Igreja com uma autêntica e
renovada conversão ao Senhor, único Salvador do
mundo.
Destacamos
ainda outros aspectos relevantes da Carta Apostólica: 1. Quem faz a experiência
de Jesus Cristo, é enviado por Ele para evangelizar. Uma evangelização
entusiasta, alegre e que possibilita o reencontro da fé. 2. O ano da Fé deve
ser celebrado de modo digno e fecundo por todas as pessoas e instâncias da
Igreja. 3. Intensificar a celebração da fé, sobretudo, pela participação na
Liturgia, capaz de fortalecer o testemunho e fazer crescer a credibilidade. 4. A fé é um Dom de Deus e
graça que age na transformação das pessoas. 5. A proclamação da fé é
sempre um ato pessoal e eclesial. A iniciativa é sempre de Deus. 6. A redescoberta dos fundamentos
da fé a partir do estudo do Catecismo da Igreja Católica. 7. A presença e o testemunho
de Maria: Ela acreditou e acolheu o anúncio da Palavra e prestou obediência e
dedicação. 8. O papel dos Apóstolos. “Pela fé, foram pelo mundo inteiro,
obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda criatura (cf. Mc 16,15), e
sem temor algum anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram
fiéis testemunhas. 9. O testemunho dos discípulos reunidos na primeira
comunidade cristã. 10 A
Vida Religiosa, com homens e mulheres, na simplicidade evangélica, obediência,
pobreza e castidade, comprometidos com a justiça, para tornar palpável a
palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça
para todos (cf. Lc 4, 18-19). 11.
A concretude da fé: ela sustenta a caridade e a caridade
nela se explica. 12. Diante dos desafios, é preciso resistir e confiar sempre.
Unidos ao Papa Bento
XVI nos empenharemos na renovação da Fé em nossa Igreja. Iluminados
pelo Evangelho e pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no
Brasil e também na Diocese de Bragança Paulista, trilharemos com esperança e
alegria, o caminho da evangelização. Que o ano da Fé, com a contribuição de
todos os componentes do Povo de Deus, “torne Deus de novo presente neste mundo
e abra aos homens o acesso à fé, para confiar naquele Deus que nos amou até o
fim (cf. Jo 13,1), em
Jesus Cristo crucificado e ressuscitado”.
Dom Sérgio Aparecido Colombo
Bispo Diocesano
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